O Natal da Nala....
A Nala é a autora do blogue Crónicas da Cidade dos Leões, passem por lá que vale mesmo a pena!
Mas hoje ela também está no meu cantinho para partilhar connosco o seu Natal....obrigada pelo carinho....obrigada pelo texto...
"Natal é, provavelmente, a minha época preferida do Ano. Quando se aproxima esta quadra tenho a impressão que cada célula do meu corpo canta em uníssono o “Jingle Bells” e as histórias para contar são sempre mais do que muitas.
Hoje, a pedido da Patrícia, venho contar-vos uma delas: o meu primeiro Natal em França.
Cheguei a França em Novembro de 2014, na altura acompanhada por uma colega que conheci pessoalmente apenas no avião. Felizmente a vida faz coisas bem feitas e a E. era a pessoa perfeita para me acompanhar naquela aventura.
Começando a trabalhar no final de Novembro era a mesma coisa que dizer que as Festas de Final de Ano seriam passadas cá.
Na altura, ao invés de nos desiludirmos, resolvemos aproveitar as oportunidades que surgissem.
Aproveitámos as luzes de Natal do pequeno vilarejo onde vivíamos e ficámos deliciadas com a nossa primeira visita a um “Marché de Noel”!
É incrível como aquela “nova realidade” nos mudou a definição de Natal já que, pelo menos eu, experienciava pela primeira vez um Natal verdadeiramente frio, aprendia que os Troncos de Natal (ou as Tradicionais “Bûches de Noel”) podem ser realmente de todas as cores, sabores e texturas e percebia as diferenças culturais entre o Natal francês e o português, que têm mais em comum do que aparentam.
Com curiosidade e “coração ao largo” provámos as especialidades típicas da época por aqui. Algumas adorámos outras nem por isso mas a vida é mesmo assim!
Ouvimos todas as histórias e tradições que os nossos utentes da altura nos contavam (pacientemente já que o nosso francês ainda era muito básico) e aproveitamos para levar connosco algumas delas. Ficaríamos sozinhas naquele ano mas sentimo-nos envolvidas no espírito de Natal na mesma. E gratas a todas as pessoas que partilharam os seus natais connosco.
Na noite da consoada preparámos alguns pratos (o que foi uma primeira para mim já que nunca tinha tido a oportunidade de cozinhar no Natal) e fomos passá-lo a casa de uma colega também portuguesa, que tinha recebido a visita da irmã.
Foi um Natal singelo mas que ainda hoje guardo no coração.
Ainda tenho comigo a pequena Árvore de Natal que comprámos na altura (e da qual não me consigo desfazer mesmo que já tenha uma maior agora) e a camisola que comprei para a ocasião cheia de brilhantes dourados (que só uso mesmo na noite da consoada).
Porque daquele Natal, de tão difícil que poderia ter sido, escolhemos fazer um dos mais intensos das nossas vidas.
E aprendemos que o Natal também é presença no coração e alegria de estar na sua própria presença. É também é descobrir novas pessoas e alargar horizontes.
E porque em Família numerosa ou à distância são o amor, a paz e a harmonia que fazem do Natal o que ele realmente é.
E num ano em que o Natal será provavelmente em pequeno comité mesmo para aqueles que estavam habituados a enormes festas de família decidi partilhar-vos esta memória para vos provar que todos os natais podem ser especiais, mesmo os que parecem mais difíceis.
E assim me despeço desejando-vos um Santo e Feliz Natal!"